SUSSURROS DO TEMPO

Esse poema foi inspirado no poema VOZES DO TEMPO,

de Silvio Lima, publicado no link abaixo:

http://www.recantodasletras.com.br/visualizar.php?idt=2055120

SUSSURROS DO TEMPO

A tabacaria jaz, inexiste

mas a fumaça do cigarro ainda insiste

em criar aquelas espirais

que te fazem lembrar

de quem não te pensa mais...

E o tempo? Ah, o tempo vai escorrendo

devagar e sempre... E nas horas arrastadas,

te vence as colherinhas,

o que reuniste às pazadas.

Então, o que agora vês no espelho

é tão somente a farsa do que foste um dia.

Ou será o reflexo da tua própria essência,

distorcida pelas sombras não estrelares

que escorregam em poesia?

Parece que alguém, por maldade,

roubou-te o Sol...

E o eco da nota musical

que agora se distende no ar

é só um dó...

Dó que vai do mi para si

e de ré para fá, lá, si,

sol, mi, ré, dó...

Num gemido que a saudade teima eternizar

em espaçoso sustenido que nem o tempo

pode calar.

E agora já nem sabes mais se os acordes que estão a vibrar

são as vozes, os urros, ou tão somente os

sussurros do tempo...

Tânia Regina Voigt
Enviado por Tânia Regina Voigt em 28/01/2010
Reeditado em 16/01/2015
Código do texto: T2055329
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.