SALVADOR DALÍ
Surrealista procissão
Em cujas filas vejo
Apenas repetições de um rosto
Segue na frente o carrasco com a cruz
A morte é também a luz
De dois tremendos olhos
Dentro de um capuz
Nua e ensanguentada
De costas para o nada
Uma mulher sendo queimada
Aberta a porta do infinito
Vermelho vivo de profundo grito
Raios dividem montanhas
Uma ave empalhada
Canta uma canção triste
Sobre a árvore estéril
Em primaveras
Insiste