Alma Nua
Minha alma chora as vicissitudes da vida,
Sente calafrios com os fortes açoites,
Trepida em meu corpo no arrostar das noites
E aspira os eflúvios das emanações recebidas.
Minha alma previu o destroçar dos montes
E se viu embrenhada em inexplicáveis labirintos,
Todos os sintomas dessa quermesse eu sinto,
Mesmo perdido nas veredas do horizonte.
Minha alma vagueia nos desertos do vazio
E se imanta de calor para combater o frio
Dissolvido nos folguedos da alvorada...
Minha alma seduz de mim copioso pranto,
Diante do espelho se encobre de transparente manto
E me envolve em sua luz inerte e apagada!