Tributo.

Dedico este poema a quem é morto

Cuja carcaça perde-se insepulta

Na podridão dos vermes que resulta

A condição que todos somos postos.

Neste canto composto em versos tortos,

Banido da esperança sem ter luta,

Gravando esta verdade à força bruta

Despojos esquecidos dos opostos.

Vagando pela fábula mundana

Não vivem mas também não estão mortos;

O limbo sorve a culpa sobre humana.

O penhor deste mal tem seus impostos

Oferta preciosa e leviana:

Um punhado de pérolas aos porcos!