Soneto Fechado.

O poema buscou luz e sentido,

Nos cacos distorcidos ouço a voz,

A vertigem, porém, cresceu veloz

Quando o rumo que quis, me fez perdido.

Quantos versos doídos, despedidos;

Cuja senha desdenha todos nós

Ouço tudo a dizer que estamos sós

No silêncio que brota no ouvido.

Fortuna do saber desconhecido

O escuro rivaliza com mil sóis

A sombra molda os medos nos faróis

Pois o claro também foi distorcido,

O nosso Redentor reconhecido

Vestirá sombras como todo algoz.