tango
a sincronia
no desencontro dos pes
no passo adiante
no olhar cortante
em vieis
no rosto dos amantes
no movimento languido
denso
exuberante do vestido
um prazer tao intenso
mas sem sorrisos
o desmaio momentaneo
os corpos entregues
ardentes
leves
dolentes
em completa calma
calma de poeta
que rouba a alma
que devasta paixoes
que sangra coracoes
como punhais
em forma de cancoes
em rodopios fluentes
que flutuam sem paz