AO CRIVO DOS SONHOS
Ao crivo dos sonhos,
perdemo-nos, por vezes, da noite ao dia,
percorrendo templos, montes, cidades,
descobrindo, livres, sublimes verdades,
passamos horas a fio, flutuando
em mundos e céus inconscientes;
quando voltamos a este universo,
tão duro, surdo, cego, ingerente,
vemo-nos ausentes, perdidos
nesta vida contingente.
Aí, com o tempo,
roubam-nos a vida,
a pretexto de um mundo eterno,
tão longe do que sonhamos aqui ser,
e tão perto do que pensamos em lá ter;
nascemos e morremos,
por um futuro que não é!
Nota do autor:
"Vivemos e morremos em nossas ilusões."