AS FLORES E EU 



Nada mais belo que as flores
Em seus galhos naturais
Ou em buquês com olores  
De sopros elementais. 
 
Encantam-me as suas cores
A decorar ambientes
Magia de esplendores
Que as tornam diferentes.
 
Todas elas eu adoro
O cravo, a rosa e o jasmim
Mas por caridade imploro:
Não as use pra outro fim
 
Que não seja festejar
A alegria, a paz e o amor,
Ou então para agradar
O seu santo protetor.
 
Contudo a mim desagrada
Quando a florista amontoa
Dúzias de rosas em latada   
Transformando-as em coroa.
 
Elas infestam os velórios
Embatumando o salão
Quase não deixam espaço
Para o morto em seu caixão.
 
Aquele cheiro abafado,
Flores querendo murchar
No ambiente saturado,
Uma tristeza sem par.
 
Flores não são para isso
Digo e volto a repetir
Elas têm um compromisso
Com a alegria e o sorrir.
 
Quando chegar o meu dia
Nada de choro e coroa
Basta uma rosa e poesia
E eu partirei numa boa.