Viagem

Olho o mar bravio numa noite de tempestade,
Sou um naúfrago neste oceano repleto de intempéries.
Ouço o som voraz das ondas se debatendo,
Parecendo espíritos arredios perdido no tempo.
Percebo que as cidades vão se tornando minúsculas,
E meu coração vai aumentando o ritmo de modo descompassado.
Agora a única coisa que vejo é uma imensidão escura
onde o vazio e minha ansiedade se fundem.
Um grito preso na garganta ecoa em silêncio em minha tristeza,
E o vento forte sacode minha loucura.
Com os olhos marejando em lágrimas desejo sair de mim,
Ganhar asas e sobrevooar os montes altos e baixos do meu existir.
No alto céu percebo a lua tímida que insiste em querer iluminar a noite,
E olhando-a,tento encontrar um caminho de luz.
Num instante sinto o balançar do meu navio,
E percebo os perigos que me cercam.
Estou com medo!Deito-me no convés assustado,com frio e adormeço.
Ao acordar,
Percebo diante de mim um dia exuberante.
Sinto o calor do sol em meu rosto a aquecer-me,
O medo,o frio e a insegurança se foram.
Abro os braços e solto uma gargalhada forte e sinto-me o dono do mundo.
Tudo não passou de um pesadelo,
Onde pude compreender que os piores momentos de nossa vida
Não são os medos que possamos enfrentar,
Mas a ausência de Deus em nós para nos iluminar e guiar-nos de modo seguro.




Sirlanio Jorge Dias Gomes
Enviado por Sirlanio Jorge Dias Gomes em 26/01/2010
Reeditado em 13/02/2010
Código do texto: T2052210
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