AMO-TE
Mas, se por acaso meu amor te ferir,
Sacode-o, deixe que ele voe pela janela a se ir,
Mas, deixa que te fale, também em silencio.
Deixe que te exponha minha alma húmida,
Que eu me morra, que eu me dane.
Que essa solidão errante seja minha companheira,
Pois já nem sei se estou perdida,
Ou apenas desencontrada, ferida,
Já nem sei se estou a me dar,
Ou apenas a me perder.
Já nem sei se sei falar,
Já nem sei se sei morrer.
Talvez queira muito a querencia,
Talvez queira muito o querer.
Por isso te peço, amor:
Toca-me como a uma harpa,
Sacode-me, me acorda, me colhe,
Ampara-me, esperneia, mas, me recolhe,
Leva meu rumo na tua mão,
De quebra, leva meu coração.