UM POETA SOFREDOR


Aprendeste na vida a ser um grande sedutor
vives momentos ilusórios, orquestrando tua dor
Em teus devaneios afastas de ti o amor
És do seu barco, um pobre condutor.

Pouco sabes dos sentimentos
se perde nas lembranças e passa o tempo
Renegas o teu nome, assim caminhas e some
ao repudiar o desejo que lhe consome

Na ampulheta escorre a areia do destino
grão a grão a espera que não cometas um desatino
Quimeras...se perdestes de ti e, longo é o teu caminho
se desprendendo cada vez mais do seu próprio ninho

As estrelas no céu, já perderam o brilho
pois sofridas perceberam que perdestes o trilho
Como um trem desgovernado, passastes do ponto
Escrevestes a sangue sua vida em conto

Fugistes da realidade, sob pedras caminhastes
Nada encontrou...pois enfim tudo que procurastes
era ser somente um poeta sofredor...



Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 25/01/2010
Reeditado em 04/02/2010
Código do texto: T2049291
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