Sintomas Selvagens
Faço uma longa viagem no pensamento
E me vejo diante de perigosos abismos,
Tento concatenar-me com os aforismos,
Mas sou varrido pela brisa interna dos ventos...
Na jornada me deparo com sintomas selvagens,
Totalmente estranhos ao meu indelével ser,
Busco associá-los ao meu prazer,
Todavia só são perceptíveis após intensa triagem.
Tais sintomas são impulsos que não se coadumam com o meu intelecto,
São desconhecidos do meu raciocínio,
Ferem substancialmente os meus vaticínios
E são expulsos por orvalhos ainda não infectos.
Meu sistema interior declara guerra
Nesta tentativa de suborno ao meu racional,
Há momentos de tropeços em meu passional
Nos intervalos em que penso em minha quimera.
Trava-se profunda batalha na consciência,
Algumas atitudes machucam a emoção,
Sei que são atos que não vêm do coração,
Então apelo indubitavelmente para a minha resistência.
Qualquer impulso desconhecido é selvagem,
É preciso ter ciência em si associada à realidade,
Tratar com denodo e carinho a sensibilidade
Para não ferir os aspectos pessoais e intrínsecos da própria imagem!