Cardo*
Nem matéria, nem memória
Apenas o som das estrelas
Fios que me atam ao universo
De mim, o silêncio
A flor, a dor de um verso.
Em harpa e fuga
Margem ribeira
Minh’alma senta-se
No alpendre do silêncio
Interior, fatídico intenso.
Sim, permito-me a mudez
Seguir os meus atalhos
O pão, o trigo, a sálvia
A palma, o sonho, a cítara
O néctar das minhas vinhas
E tudo frutado permaneça
Na bruma néon que me habita
-no silêncio aberto da minha vida-
Karinna*