Dentro de casa e da madrugada

Reviro-me para o lado direito da cama.

Ligo o interruptor do abajur branco.

Acende-se uma lâmpada clara de média intensidade.

Esforço-me por abrir de todo os olhos.

Verifico no relógio, são três horas.

Sinto a temperatura deliciosamente fresca.

Ouço ruídos de chuva forte nos telhados.

Abro a janela e a brisa da madrugada

acaricia-me as faces. Suavemente inspiro-a

junto com o cheiro de terra que ela traz.

Vou até a sala de estar, acendo as luzes

e começo a folhear as páginas de um livro qualquer.

Não consigo concentrar-me na leitura.

Dirijo-me, então, à cozinha e bebo lentamente

uma chícara de chá morno.

Ligo o televisor, troco de canais e nada...

Nada de interessante para se assistir.

Alcanço o jornal e vejo nas manchetes da primeira

página: Assalto em... Terremoto no... Acidentes na BR...[desanimo!].

Fecho o jornal e recolho-me à cama.

Desligo o interruptor do abajur.

Tudo volta às escuras. Tudo muito quieto e tranquilo.

A chuva acabara de cair.

Eu, também, acabara de cair na cama.

Nada de cobertores, apenas a calça do pijama.

A cabeça bem acomodada ao travesseiro e o

corpo relaxadamente estendido na cama.

Não compreendia por que razão, aquele sono

manso e revigorante ausentara-se de mim.

Talvez a chuva volte a cair devagar e o

seu ruído suave possa embalar-me o sono.

Não vou levantar-me nem contar carneirinhos.

Nem ao menos vou pensar nisso. Prometo-me.

Boa noite, durma bem (desejei-me mentalmente).

Jaime Rezende Mariquito
Enviado por Jaime Rezende Mariquito em 24/01/2010
Reeditado em 07/02/2010
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