Libélula
Uma libélula entra cantando
na minha varanda silenciosa
e fica presa no lustre;
presa do lustre faminto.
Canta com medo da morte,
ou, quem sabe, agradece
o privilégio de morrer aquecida
numa noite tão fria.
Faço menção de salva-la,
mas num espasmo de sarcasmo,
misericórdia,asco,
deixo-a.
Finalmente encontrou a luz.