Distanciamento de idéias

Estradas voam nos céus do universo...

Rarefeito,

Buscando pedacinhos de Cumulonimbus

Versos flúidos de uma mente com pouca,

ou nada,

criatividade poética.

Engessamento de idéias, por se terem poucas idéias,

tendo-as, achando tudo um grande nada,

pois de tudo já se foi falado,

no beco ou no ralo,

nas calçadas vazias ou no meio do nada,

nas academias ou nas editoras nóbeis.

Então,

resta-me falar do nada,

No momento de silencio,

Nos vários escritos engavetados,

por se tratar de idéias vazias,

sem tomate, cebola e alho refogados

com os temperos e demais iguarias.

Afogamentos sem histeria,

comportamentos ilustres, sem brilho

ou lama escorrendo pelo corpo,

mostrando aquilo que todo mundo tem

atrás da fé, da beca, do mé ou adjacentes.

Não querendo mostrar nada,

Não tendo nada de novo a ser falado,

sem correr o risco de escravizar o eu

ou manipular neurônios,

Dizemos nada para nada ser dito ou gravado

ou quem sabe lido, protelado, apagado.

Poesia grande geralmente é assim,

igual a esta,

repete, repete, repete e fala nada de nada.

Então,

mais um então na história toda de repetição do nada.

O corpo...

ele mexe,

ele contorce,

ele vibra, ele encolhe,

ele grita, ele explode,

no sulf, no freme e nas histórias de outros personagens,

caíndo ou não no abismo de falar de nada,

não correndo o risco de falar de muito sendo o muito o nada.

Então,

trigonal,

calam-se os dedos e os neuronios,

o texto, a ilusão e o nada,

a fim de que não sejam cansados os olhos dos leitores não leigos,

com vírgula ou ponto de interrogação.

D'ACosta

ACosta
Enviado por ACosta em 23/01/2010
Código do texto: T2046240
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