PADECIMENTO
Num segundo se vai do pássaro o canto
E fica um espaço impreenchível
Rendendo a sede de ouvir a voz
Das cascatas íntimas
Num instante foge a sombra da árvore
E carrega as pegadas deixadas no seio
Dos sonhos
Numa fração de segundos desaparece a fisionomia
Que entontece
O lábio ferido em prece
Não em menos que a velocidade da vida
Os frêmitos falecem
Num átimo o pensamento estala
Sob a terra e desce
E torna
E descobre
Que a mente é traiçoeira
E na soturna noite
Há uma presença que padece