Eterna noite

Não é mais amargura

Eu não sei por que te procuro

E nem sempre sei por que te encontro

Em toda esquina suja e perdida dessa cidade vazia

De você sei que não a encontro vazia

Te encontro linda e cheia

Molhada e provocante

Com copos nesse chão sujo

Onde desejo te ter ao meu lado

E aspirar teu perfume enojante

E ver que mesmo após tudo

Ainda me deseja e não reclama

E tendo você meu amigo reclamando de atitudes que não são suas

E vendo sua responsabilidade além de tudo que sonhou

E relembrando fatos tanto tristes quanto engraçados

Ao lado de amigos que tanto prezou

Eu ainda a encontro rindo de mim

E dizendo que todo fim de madrugada a ela pertence

E sem resposta eu digo:

Assim tem que ser

E se de minha alegria dessa forma se expõe

Seria uma boa idéia

Fazer o que sempre quis

E sonhar com quem sempre quis

Mas se me pego olhando essa lua

Que sempre me entristece ao pensar

Que sua luz refletia diferente em seu corpo

Percebo em fim o vidro ao seu redor

E de seu liquido não posso beber

E do seu álcool não vou aproveitar

Mas além de seu corpo

Mas além de seu cheiro

Vejo muito além do meu desespero e meu eterno escape

Que de forma nenhuma tu me livras da vida

Mas que ao menos não me deixa nela pensar

E me perco em você como costumo me perder em tudo

Alexandre Bernardo
Enviado por Alexandre Bernardo em 22/01/2010
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