Nem em sonhos

Aparto-me da natureza

E a saudade com seu longo abraço

Não se demora, a me apertar

Pois em meu intimo sinto que não mais verei

As pedras polidas pelas águas que cascateiam

Como um manto de minúsculas gotas

Despejadas pelo ribeirão

Que se Refaz no descanso de seu próprio lago

E segue entre a flora saciando árvores e relvas...

Sinto que o ranger dos galhos não me chegaram

Junto ao vento que com o tempo traz as chuvas

Nos outonos e nos verões...

E que não me chegaram o pio da juriti

O melodioso gorjear do canário

E que entre outras não verei o revoar da passarada

Despedindo–se da madrugada abrilhantando um novo dia

Apartar-me da natureza

É um apartar-me de mim

Pois! Uma parte fica

E a outra morre.

...........” Catarino Salvador “.

Catarino Salvador
Enviado por Catarino Salvador em 22/01/2010
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