Nem em sonhos
Aparto-me da natureza
E a saudade com seu longo abraço
Não se demora, a me apertar
Pois em meu intimo sinto que não mais verei
As pedras polidas pelas águas que cascateiam
Como um manto de minúsculas gotas
Despejadas pelo ribeirão
Que se Refaz no descanso de seu próprio lago
E segue entre a flora saciando árvores e relvas...
Sinto que o ranger dos galhos não me chegaram
Junto ao vento que com o tempo traz as chuvas
Nos outonos e nos verões...
E que não me chegaram o pio da juriti
O melodioso gorjear do canário
E que entre outras não verei o revoar da passarada
Despedindo–se da madrugada abrilhantando um novo dia
Apartar-me da natureza
É um apartar-me de mim
Pois! Uma parte fica
E a outra morre.
...........” Catarino Salvador “.