ESTÁTUA DE SAL

ESTÁTUA DE SAL

Há uma porta que se fecha sobre mim

e no escuro não encontro a encruzilhada.

Meus olhos tentam vislumbrar, em lembranças,

a rota dos vagalumes que em outras eras

servia aos vagabundos.

Mas só pressinto teus olhos me abrasando,

ouço gritos que me navegam sem pudor

e tentam encontrar a saída

onde os poros latejam na total obstrução da luz.

Sinto ainda toda a nudez me castigando a pele,

adensando a noite numa canção de adeus.

As horas brincam de estátua de sal

no convés da minha boca ensandecida

que diz teu nome num disléxico poema

e grita toda a mágoa que a solidão camuflou.

Basilina Pereira

Basilina Divina Pereira
Enviado por Basilina Divina Pereira em 21/01/2010
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