Ignorância

A ignorância é a pior das prisões

Eu devo confessar

Sem vergonha

Que passei a maior parte da minha vida

Mergulhada nessa prisão

E ainda não saì dela

Quanto mais tento

Mais a bicha me aperta

Aperta o corpo, o coração

A alma

Ô bicha danada

Fico igual a peixe fora d'àgua

Não consigo respirar

Tenho que mergulhar novamente

Nesse oceano negro de sofrimento

E cada vez mais

Tentando desesperadamente

Pular fora

E pulando dentro

Que nem aquele tal de muro

Nem sobe

Nem desce

Fico que nem macaco sem braço

Procurando galho com as pernas

Na floresta deserta

Bicha do raio que parta

Da mãe que não pariu

Ô escuridão danada

E quando acendo a luz

Fico totalmente cega

Bicha do inferno

Da maré vazante

Socorro ! Socorro !

Quem vai me liberar ?

Rita De Aragão Santana
Enviado por Rita De Aragão Santana em 20/01/2010
Reeditado em 29/06/2010
Código do texto: T2041234