Teoria correta

Cansado de ouvir teorias de tanta gente diferente

E toda essa gente sabe que a gente é diferente

É indiferente teorizar profundamente algo sem sentido aparente

Mas o que sente tem uma urgente vontade de ver de frente uma estrela cadente

Mas o que sou eu senão um plebeu que se sente como em um futurístico apogeu?

Sei das hipóteses sustentadas por próteses que se degeneram enquanto o tempo

[dobra-se

São mentirosos, gananciosos, orgulhosos, que criam sistemas duvidosos

Por isso não acredito em submissos das teorias de caniços, todos quebradiços

Falham por serem inúteis diante os fúteis

Imagine contra os grandes estandes dos gigantes arrepiantes...

Nenhuma teoria teria, ou serviria, contra a hierarquia e a burocracia

Pois grandes são o sem coração, que vivem da razão e ignoram a emoção

Viver em harmonia talvez seja para algum dia longe dessa suja moradia

Aonde me torço o pescoço, e não acho encosto para fugir do fim do poço

Cada vez que afundo mais penso nos animais e procuro voltar ao cais

Aqui no fundo me sinto imundo, longe do profundo sentido de viver nesse mundo

Mas quem há de dizer o que fazer? Quem me trará gozo em viver?

Quem são estes de lanças na mão, alma em solidão, e ódio no coração?

Podem ajudar quem merece respirar, quem nunca sequer se deu o luxo de pestanejar?

Ó Pai do céu, onde está o mel que adoça meu coquetel nesse infinito carrossel?

Cansei de girar sem rumo, e toda teoria que assumo eu resumo

Para não mostrar que estou certo ou pelo menos perto de um plano semi-aberto

Confio em minha sensibilidade, sei d’alma que enfrenta a eternidade, sei da verdade

Mas prefiro ficar quieto, esconder o secreto, e dar à vida um direto desafeto por não ser

[um espírito neto, sequer, do completo

Raphael Seabra
Enviado por Raphael Seabra em 20/01/2010
Reeditado em 23/12/2012
Código do texto: T2040050
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