Teoria correta
Cansado de ouvir teorias de tanta gente diferente
E toda essa gente sabe que a gente é diferente
É indiferente teorizar profundamente algo sem sentido aparente
Mas o que sente tem uma urgente vontade de ver de frente uma estrela cadente
Mas o que sou eu senão um plebeu que se sente como em um futurístico apogeu?
Sei das hipóteses sustentadas por próteses que se degeneram enquanto o tempo
[dobra-se
São mentirosos, gananciosos, orgulhosos, que criam sistemas duvidosos
Por isso não acredito em submissos das teorias de caniços, todos quebradiços
Falham por serem inúteis diante os fúteis
Imagine contra os grandes estandes dos gigantes arrepiantes...
Nenhuma teoria teria, ou serviria, contra a hierarquia e a burocracia
Pois grandes são o sem coração, que vivem da razão e ignoram a emoção
Viver em harmonia talvez seja para algum dia longe dessa suja moradia
Aonde me torço o pescoço, e não acho encosto para fugir do fim do poço
Cada vez que afundo mais penso nos animais e procuro voltar ao cais
Aqui no fundo me sinto imundo, longe do profundo sentido de viver nesse mundo
Mas quem há de dizer o que fazer? Quem me trará gozo em viver?
Quem são estes de lanças na mão, alma em solidão, e ódio no coração?
Podem ajudar quem merece respirar, quem nunca sequer se deu o luxo de pestanejar?
Ó Pai do céu, onde está o mel que adoça meu coquetel nesse infinito carrossel?
Cansei de girar sem rumo, e toda teoria que assumo eu resumo
Para não mostrar que estou certo ou pelo menos perto de um plano semi-aberto
Confio em minha sensibilidade, sei d’alma que enfrenta a eternidade, sei da verdade
Mas prefiro ficar quieto, esconder o secreto, e dar à vida um direto desafeto por não ser
[um espírito neto, sequer, do completo