Dói*
Quando o mosto
das palavras se esbate
das palavras se esbate
seja em farfalhos de seda
ou de crueza vestidas
adagas da ausência
ou de torpores sem vida
-rasgam-me o silêncio inteiro-
Palavras outras
tão raras
que são veludos
nos gestos que nos damos
-dão o lume nesse rio que navegamos-
Apenas letras?
Paixões inertes?
Flor carnívora
Da poesia se alimenta
A palavra é por si só
Um poema.
Karinna*