AMOR DERRADEIRO

Nasceu bem tarde,

entre o fim do verão

e o começo do outono.

Veio sem fazer alarde,

um leve tropeço num vão

em meio a tanto abandono.

Amanhou semente

de primavera no chão

que era só inverno.

Germinou.

Floresceu, frutescente,

dentro de uma quimera.

Em aberta, no coração,

fez-se eterno,

altipotente,

pois o amor verdadeiro

sempre será primeiro

e derradeiro...

Lina Meirelles

Rio, 19.01.10