FIO DE LUAR

Eu sou a flor do campo, a açucena

que nasceu nos vales entre os espinhos;

a macieira que brotou no bosque

entre o arvoredo, no frescor do chão.

O fruto que adoça

a minha boca,

introduz o vinho

e sela minha dor

por ti, no coração.

Fortalecido- desfaleço de amor;

enfraquecido- sinto o teu sabor:

a tua mão que baixa no meu sonho,

traz o soluçar de um louco trovador.

Se ouço a voz do pranto

que o vento traz,

fugindo, não me sinto

pajeado mais,

sem teu amor!

Por sobre o monte atravessando o outeiro

vem gesticulando e à casa faz entrar

um fio de luar entrelaçando o céu

embevecido, cai sem me avisar.

Saltando sobre mim,

fazendo despertar,

alvoroçado, tento

recompor a paz

da minha paz!

Zecar
Enviado por Zecar em 28/05/2005
Código do texto: T20387