FIO DE LUAR
Eu sou a flor do campo, a açucena
que nasceu nos vales entre os espinhos;
a macieira que brotou no bosque
entre o arvoredo, no frescor do chão.
O fruto que adoça
a minha boca,
introduz o vinho
e sela minha dor
por ti, no coração.
Fortalecido- desfaleço de amor;
enfraquecido- sinto o teu sabor:
a tua mão que baixa no meu sonho,
traz o soluçar de um louco trovador.
Se ouço a voz do pranto
que o vento traz,
fugindo, não me sinto
pajeado mais,
sem teu amor!
Por sobre o monte atravessando o outeiro
vem gesticulando e à casa faz entrar
um fio de luar entrelaçando o céu
embevecido, cai sem me avisar.
Saltando sobre mim,
fazendo despertar,
alvoroçado, tento
recompor a paz
da minha paz!