O tempo que virá macio
O tempo que virá macio há de chegar luminoso
Há de perpetuar glória no campo infértil da tristeza
Há de chegar insolente quebrando relógios e cercas
Há de resvalar suave na agonia das horas tristes.
O tempo que virá macio há de abrandar temporais
Há de clarear um sorriso sob a ira da revolta
Há de chover sobre a seca dos corações sem amor
Há de fazer das estrelas um leve cordão de esperança.
O tempo que virá macio há de vir feito moleque
Há de vir com riso frouxo, brincando de se esconder
Há de vir sem culpa ou mácula, pendurado numa árvore
Há de vir congelar os ponteiros dos relógios dos casais.
O tempo que virá macio, há de operar milagres
Há de perdoar pecados, reparar todos os erros
Há de vir sem fadiga, sem pressa pra ir embora
Há de vir para ficar, pois há de ser eterno.
Thago Cardoso Sepriano