O tempo que virá macio

O tempo que virá macio há de chegar luminoso

Há de perpetuar glória no campo infértil da tristeza

Há de chegar insolente quebrando relógios e cercas

Há de resvalar suave na agonia das horas tristes.

O tempo que virá macio há de abrandar temporais

Há de clarear um sorriso sob a ira da revolta

Há de chover sobre a seca dos corações sem amor

Há de fazer das estrelas um leve cordão de esperança.

O tempo que virá macio há de vir feito moleque

Há de vir com riso frouxo, brincando de se esconder

Há de vir sem culpa ou mácula, pendurado numa árvore

Há de vir congelar os ponteiros dos relógios dos casais.

O tempo que virá macio, há de operar milagres

Há de perdoar pecados, reparar todos os erros

Há de vir sem fadiga, sem pressa pra ir embora

Há de vir para ficar, pois há de ser eterno.

Thago Cardoso Sepriano

ThiagoCardosoSepriano
Enviado por ThiagoCardosoSepriano em 19/01/2010
Reeditado em 06/06/2010
Código do texto: T2037962
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