O que fizeste dos teus versos?...
Dos meus olhos escorreram
duas surpresas de ti...
E quando teus silêncios escuros cresceram
no teu poema, tua alma não vi.
Teu poema não apagará do caminho os rastos
não executados do que deveria ser,
teus versos não fecharão teus olhos gastos
de me procurar, mas sem me ver.
Não disse o poema - tua amargura o proíbe -
que essa saudade nua que te acompanha
não quer vestir-se e mais se exibe,
de nudez exposta a uma luz estranha.
Triste sina: teus ricos versos vão
se tornar também herdeiros - por teu cantar -
dessa pobre e continuada solidão
que a morte do nosso amor vai nos legar.
Dos meus olhos escorreram
duas surpresas de ti...
E quando teus silêncios escuros cresceram
no teu poema, tua alma não vi.
Teu poema não apagará do caminho os rastos
não executados do que deveria ser,
teus versos não fecharão teus olhos gastos
de me procurar, mas sem me ver.
Não disse o poema - tua amargura o proíbe -
que essa saudade nua que te acompanha
não quer vestir-se e mais se exibe,
de nudez exposta a uma luz estranha.
Triste sina: teus ricos versos vão
se tornar também herdeiros - por teu cantar -
dessa pobre e continuada solidão
que a morte do nosso amor vai nos legar.