Presságios
Pássaro sem asas , abraço a brisa
E onde o laço me prende em nós
Os pés ligeiros abrem fendas,
Somente a alma volita, suavisa;
Longe da cela da terra, a sós
Descortinam-me outras sendas,
Alço vôos curtos, e volto prenhe
De amores , banhada de luas.
Não me alcança a mão,
A casa do meu coração
De paredes puídas e nuas
Atada ao chão, a razão,
Bebo o sal que me cobre,
Rogo pela vida que me dobre.
Me recolho em fúnebres adágios
Respiro presságios...