Presságios

Pássaro sem asas , abraço a brisa

E onde o laço me prende em nós

Os pés ligeiros abrem fendas,

Somente a alma volita, suavisa;

Longe da cela da terra, a sós

Descortinam-me outras sendas,

Alço vôos curtos, e volto prenhe

De amores , banhada de luas.

Não me alcança a mão,

A casa do meu coração

De paredes puídas e nuas

Atada ao chão, a razão,

Bebo o sal que me cobre,

Rogo pela vida que me dobre.

Me recolho em fúnebres adágios

Respiro presságios...

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 28/05/2005
Código do texto: T20364
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2005. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.