HAITI

Experimentou o açúcar lusitano o rival da negra argila,

Hoje alimento da gente negra: tortas de lama.

Solo desputado, gente assombrada, viver de difícil projeto.

A terra geme, grita, estronda: "Alimenta-me, primeiro, com suas lágrimas e corpos."

Debandado o sonho de liberdade, jazem as sombras dos que esperam.

O mundo ouve, agora, o lamento - por quanto tempo?

Até que sejam tragados pelo mar ou vento?

Maria da Glória Perez Delgado Sanches

Membro Correspondente da ACLAC – Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo, RJ.

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