DE ALMA NUA!
À tardinha - eu espero
Que venha o brilho da lua...
A tua imagem venero
Pois me lembro que sou tua!
O meu querer é sincero
E contigo compactua.
Em te amar assim me esmero
Com minh’alma aberta – nua!
Se neste amor persevero
Tanto que me tumultua,
Em tuas mãos me encarcero
P’ra que meu corpo usufrua.
Se tu não vens – exagero –
Na ilusão que flutua!
Toda tarde eu sempre espero
A minha alma já flutua,
Devagar não desespero
Inda aguardo pela lua,
Nos teus braços me tempero
Minha sina continua
Neste amor que tanto quero,
A saudade não atua,
Te desejo e te venero,
Da janela olhando a rua,
Com carinho e com esmero,
Coração jamais se amua
Mas, sozinho brado fero,
Pois minha alma é toda tua...