PERTO DA GENTE

PERTO DA GENTE

Então se fez madrugada

seguida da fria aragem

O menino na calçada

Com sono e sem coragem ...

Vencido por duplo vazio

vazio de pão

vazio de amor

Entorpece os seus sonhos

congela a esperança

empunha arma ainda criança

finge ser forte e

encobre seus medos, medonhos

medo da dor ... da morte ... de ser só

Tem moradia sem teto e teto sem moradia

por estar entre a Terra e o Céu ...

assiste o raiar do dia

nas tardes, o por do sol

e todas as noites o despontar da lua

Se banha no mar, no rio, nos lagos

outras vezes no chafariz ...

Assim ... exposto a intempéries

tudo o que mais quer,

para vencer o vazio e o medo

é ter um lar para voltar

carinho e ternura

Ter alguém para um afago

ou mesmo para ralhar:

com as lições por fazer

O horário da escola

(esse jeito de educar)

assim, seus sonhos seriam inocência

seus medos, doces fantasias

e seu sono, um repouso tranquilo

banhado pelo luar que,agora, entra

pelas frestas da janela ... do sonhado Lar.

Passado o triste e real efeito, (entorpecente),

o menino se vê novamente, sob o céu,

agora cinzento e a trovejar...

como tantos outros meninos, perto da gente...

infelizmente ...sem casa, sem família... sem Lar.

Nelma Barbosa

05/12/2009

Bjs!

Nelma Barbosa
Enviado por Nelma Barbosa em 17/01/2010
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