UM CAMINHO , UM BURACO
A viagem continuava estranha.
Parecia que a conhecia,
mas não.
Era a primeira vez, talvez a última
não sei, que ela me levava.
Palavras quebradas na poeira
galhos arranhando minha garganta,
tudo era belo, eu não !
Que ia terminar
no serenar das madrugadas,
que o sol não seria escuro
em dias rasgados e meu
tempo ainda era válido,
eu sabia.
Sabia que ia voltar,
mesmo que ela não estivesse na janela,
o verde me esperava verde,
claro sempre era o dia,
a noite aguardava meu sono
e o amanhecer, a grama molhada.
Tudo harmoniosamente continuaria
e eu iria deixar de ser trôpego
para superar outras falhas.