DESISTÊNCIA
 
        Lá fora está chovendo
        e o córrego sendo limpo,
        melancólico vai colhendo
        cacos deste meu coração
        que, aos deuses do Olímpo,
        in memóriam de meu ser,
        entrego sem exitação,
        para o reduzirem ao nada,
        pois em veredito definitivo
        a mulher por mim amada,
        desiste de seu próprio viver,
        tornando o meu sem motivo.
 
        Lá fora está chovendo
        e raios atingem árvores,
        a cada estrondo rompendo
        mais uma irreparável fenda
        em meu mortal consciente
        que, ante esses amargores,
        não exijo que compreenda
        essa insânia transcendente.
 
                     SP – 17/01/10
Fernando Alberto Couto
Enviado por Fernando Alberto Couto em 17/01/2010
Código do texto: T2035317
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