O VENTO
Um vento brando passou brincando,
Encostando em meu telhado, sempre rindo.
Tenho certeza! Estava de verdade gargalhando!
Corria o tempo todo aparecia indo e vindo.
Balançava as folhas das árvores sibilando
Numa tamanha algazarra... Levantava o pó
Do asfalto, jogava para cima e cantando,
Muito alegre e travesso, porém só!
Até as roupas do varal ele jogava no chão.
Estava manso e tranquilo na molecagem.
Era gordo, bochechudo, um belo bonachão,
Às vezes fugia escondendo atrás da ramagem.
Assim como veio, foi! Sem se quer dizer adeus,
Veio refrescar o ambiente. Fazia muito calor.
Ele só usa braveza quando se torna Deus
Para castigar os ímpios que destruiram o amor.
DIONEA FRAGOSO