Eu pierrô... tu, minha sina.
Do passado eu retiro a fantasia
rebordada com plumas e paetês
preparo-me pra viver outra folia
inda que seja, cruel insensatez.
Na avenida entre confetes te encontrei
com lantejoulas, serpentina e alegoria
de flores secas no armário eu guardei
da última vez o teu cheiro de alegria.
No sábado estarei tão ansioso
olhos grudados para ver tua chegada
uma melodia a esperar o teu compasso
coração bobo já começa batucada.
Farei-te meu amor um samba enredo
sem partituras, só de ouvido samba festa
apaixonado, cantarei sem arremedo
na passarela és passista eu poeta.
Sou arlequim, sou pierrô... És minha sina
do teu amor espero mais que a ilusão
fica comigo, tira a máscara colombina
antes que a noite te revele ingratidão.