sensações
este olhar que brilha, incessante,
se perde no horizonte, intrigado,
a dor desta saudade inquietante,
d’um coração triste desesperado!
poderia ser verdade, foi em vão,
respingos d’uma realidade ímpia,
nada mais que uma mera ilusão,
o desfecho, uma desilusão pífia!
na avidez do desejo, a impulsão,
sem medir causas nem conceitos,
faz o coração, perde-se a razão,
vale-se tudo, e não os direitos!
o gosto do mel, ainda é presente,
a fonte perene, intacta e sensual,
de longe acena, um tanto inocente,
um dia talvez, em um outro local!