Perfídia!
Nem sei se quero dizer algo...
Escuto teu silêncio, e minha solidão,
Grita e se refúgia nessa tristeza de agora.
Vem chegando ébria, vestida de carmim,
E seu hálito me deixa tonta.
Como se entornasse todo aguarde...
De um barril esquecido...Na adega dentro de mim!
__Cômico se não fosse trágico!___
Como se tivesse beijado todas as bocas,
Sem a certeza de ter sido beijada...coisa mais louca!
Da gente, só as lembranças...Distantes imagens.
De um homem, uma mulher,
Que se amaram no tempo, no espaço,
Sem se importar com a distância...
Lembranças, só lembranças.
Meus olhos lacrimejam,
E tropeço em meus sonhos,
A dor, dói menos que tua distância...
Miragem, meu corpo reage e enxerga a imagem...
De olhos, hora alegres, horas tristes.
Que fitam o espelho e figem,
Que “nós” __Nunca existiu...Não existe!
Tua perfídia, apredejou-me a alma.
E meu amor morreu ensanguetando e diforme,
Com flexas cravados em meu coração,
Que se encontra, como mártir cristão.
Jogado na arena, como oferenda,
Ao prazer, a diversão,
De quem vive de cultuar solidão!
Meu amor, minha ilusão...
São devorados pelo leão da decepção!
Acreditei em teu carinho.
Guiei-me por teus caminhos.
Já não sei voltar sozinha...
Perde teu rastro, e desorientada,
Sem a bússola da nossa paixão,
Cai na areia movediça da incerteza,
Questionando meus valores,
Cada vez mais me sufoco nas dores,
Encontro-me submersa em mágoas...
Sentido o frio abraço da morte me envolver.
E nas linhas,lanço minha sorte.
Debruçada nesta escrivaninha,
Me sentindo assim...Tão sozinha!