Estranha constatação
Esboçar os meus desejos de poeta
Seria quase uma crueldade
Posto que esta alma inquieta
Não sabe refrear a liberdade
Há um mundo de ânsia, no meu peito
Que vibra num astral sem dimensão
Há um imensurável desajeito
De tentar visualizar o que é a razão!
Poetas desrazoáveis criaturas sonhadoras
Que o tempo há muito perdeu de vista
Desastrosas, são almas portadoras
Da loucura que acomete todo artista
Criam prelúdios de ilusão, por onde passam
Despejando na rotina muitas cores
E mesmo assim, estas almas se desgraçam
E se desgastam, entre tantos seus amores
Eis que o coração de um poeta
Sem dúvida, é um tanto sofredor
Por não atingir, plenamente, sua meta
E por não compreender seu próprio amor!
Priscila de Loureiro Coelho