Uma Ipatinguense

Linda mãe da noite

Banho-me nessa languidez emanada

Anseio por seus ciclos

E em estase fico

Quando alcança teu auge.

Para tanta beleza

Agora fica evidente a função

Iluminar essa mineira

Que com palavras doces

Dilacera meu coração.

Do grande que vem do norte

Pupila és

Brisa fria

Suave me traga o perfume

Dessa dama

Que em distância está perdida

Mas em presença

Intensa é sentida.

Gotas limpas

Cumulus Nimbus espremidas

Perpendiculares a tudo

Atingem o mundo

Freiam em teu rosto

Rubro pelo dia que passou.

Nos dias de sono

Persegue-me em sonho

Sob a chuva e a Lua

Na brisa da noite

Chama meu nome

Corro para ti

E com braços incapazes

Me aperto ao nada.

Vazio de você

Espasmos de obviedade me atingem

Clareiam o que outrora não via

A verdade reluz.

Nada cessará minha sede

Senão você

Doce Cleide.