A gente aprende

O barulho dos meus pensamentos

Não acorda os teus sentidos

Minhas avenidas convergem em tua direção

Entretanto teus sinais estão fechados

Foram tantos os indicativos...ou seriam motivos?

Que estancaram à tua porta...

Mas inês já é morta...

Sei que...

Teus serenos jamais brotaram na minhas janelas

Teci minhas teias na solidão tão minha

Houve sim alguns momentos...

E sabemos que jamais serão esquecidos

Ainda que arrancado do coração

Um a um os nossos pecados

Nem que eu esgote meus atrativos

Ou cale minhas queixas na tua porta

Posso matar de vez as nossas mazelas

Sei que...

Daqui pra frente... sigo sozinha

Meus passos regados de lágrimas tantas

Deixam rastros nas tuas pegadas

Morro de saudades...

E se adiante o horizonte voltar a me sorrir

Não sei se ainda saberei viver...

Acho que abortei a vida que floria nos meus olhos

Não me apego aos deuses ou as santas

Nem aceno nos portais...odeio as falas castradas

As despedidas...as tempestades...

Não me arrebento mais no porvir

Não mais por um querer

Me resgardo dos escolhos...

Sei que...

Não me cabe esperanças

Como só o sabem as viúvas

Mas como todo sentimento não termina

Como um gole sorvido numa taça

Embalo os sonhos como as crianças

Que guardam as mãos cheinhas de chuvas

E para as ilusões sempre determina

Que se plante no sorriso cheio de graça

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 28/05/2005
Código do texto: T20324
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