A gente aprende
O barulho dos meus pensamentos
Não acorda os teus sentidos
Minhas avenidas convergem em tua direção
Entretanto teus sinais estão fechados
Foram tantos os indicativos...ou seriam motivos?
Que estancaram à tua porta...
Mas inês já é morta...
Sei que...
Teus serenos jamais brotaram na minhas janelas
Teci minhas teias na solidão tão minha
Houve sim alguns momentos...
E sabemos que jamais serão esquecidos
Ainda que arrancado do coração
Um a um os nossos pecados
Nem que eu esgote meus atrativos
Ou cale minhas queixas na tua porta
Posso matar de vez as nossas mazelas
Sei que...
Daqui pra frente... sigo sozinha
Meus passos regados de lágrimas tantas
Deixam rastros nas tuas pegadas
Morro de saudades...
E se adiante o horizonte voltar a me sorrir
Não sei se ainda saberei viver...
Acho que abortei a vida que floria nos meus olhos
Não me apego aos deuses ou as santas
Nem aceno nos portais...odeio as falas castradas
As despedidas...as tempestades...
Não me arrebento mais no porvir
Não mais por um querer
Me resgardo dos escolhos...
Sei que...
Não me cabe esperanças
Como só o sabem as viúvas
Mas como todo sentimento não termina
Como um gole sorvido numa taça
Embalo os sonhos como as crianças
Que guardam as mãos cheinhas de chuvas
E para as ilusões sempre determina
Que se plante no sorriso cheio de graça