Tenho medo II
Não temo pelo dia que não amanhece,
Me amedronta não te ver, no amanhecer.
Não tenho medo que a vida em mim cesse,
Me apavora é não ter tempo, de te ver.
Não temo o convite da solidão absoluta,
Me amedrontam as companhias mal amadas.
Não tenho medo da luta, nem da força bruta,
Me apavoram palavras mal acabadas.
Tenho medo das noites escuras, dos espinhos,
Do vazio da tua presença, do frio na alma.
Tenho medo de morrer, por falta de carinhos,
Dessa farsa, que nunca me acalma.
Tenho medo da minha louca coragem,
Dessa fonte que me inunda, que jorra atrevida.
Me apavora essa covardia sem maquiagem,
Que me sufoca e expulsa da vida.
Não tenho medo de ti, tenho medo é de mim
Não tenho medo da solidão, e sim da razão
Tenho medo da ausência permanente, sim,
Tenho medo de viver sem ter uma motivação