Sem pudor
Ancora seu rosto no leito frágil do meu peito
Se ajeita no meio dos meus seios sem pudor
Aceita ser o meu eleito
Sem receios, sem rubor
Encaixa seu corpo no vão das minhas coxas
E sussurra seus desejos na minha pele
Sua voz me arrepia os sentidos
O carinho da sua barba me roça e deixa roxa
Como tatuagem que se revela e adere
Em toques atrevidos
Que meu ventre seja seu abrigo
Em tudo que ofereça
Sela no meu o seu umbigo
E sem culpas, deixa que aconteça
Essa paixão sem cortes
Não me acorde ainda
Deixa que eu sinta o seu perfume
Exalando pelos meus poros
E só depois dessa febre finda
Quero ver de novo o dia, o lume
Pra mostrar ao mundo que existo
Digam que é proibido, sei lá
Nem assim eu resisto
Continuo sua gata angorá.