ANDO POR AÍ
Ando por aí com a delicadeza de borboleta branca, comendo hóstia para sentir o insosso da vida, querendo entender o presente e o além; como quem nada sabe, e nada tem...
Ando querendo ser o que sempre quis ser e não fui acreditando que convém...
Ando por aí levando nos ombros o peso duma cruz que acha tão bom estar sobre mim
Que já não quer mais sair nem por um raio de luz.
Enrosco-me em mim mesma para adormecer nas frígidas noites de inverno e, às vezes Lanço-me na gélida água do mar com a coragem suicida de enfrentar a frieza do Mundo... Pois entre mim e meu eu há um sussurro que ajuda-me a prosseguir Deambulando na algia afim de estar em hosana nas alturas.
Ando por aí... Não à toa, mas como quem anda numa boa, de bem com a vida.
(Áurea de Luz)