NA AVENIDA
Nunca vi tanta beleza antes
Andava por ti distraída
Quase sem saída, a vagar
Inspirei teus ares urbanos
Percorri, fitei ciganos
E não te percebia...
Tua calçada larga, ruas asfaltadas
Gente que corre
Pedras portuguesas, mãos sutilezas
Do olhar que não morre
IMAGINAS COMO ESTOU A SORRIR?
ALAMEDA TÃO EXTENSA
PASSARELA DE PRETENSOS
MORADORES DAQUI
Jogo meu olhar pra frente
E me sinto atraente
Para ver um bem-te-vi
Moradores já partiram
Automóveis colidiram
Contemplando a ti...
As árvores esguias
Outras, vazias de alimento
Tal qual modelos esquálidas
Bailarinas pálidas
A observar o céu
Outras plantinhas tímidas
Recebem a água do elemento
O sol e o vento
Para de beleza te enfeitar
Um verde contagiante
Anuncia a qualquer navegante
Que está bem aqui
No centro das divisões
Antigas feiras multidões
Acolhidas bem ali
Desejo habitar em ti
Ser um colibri
Para entoar sinfonias
Todos os dias...
Nos teus arvoredos,
Fazer morada
Visualizar da minha sacada
Aos teus transeuntes perguntes:
Quem somos afinal?
Somos um no final!
Oh! Avenida!
Por mim tão querida
Deixe que eu me banhe de ti!
Com tua sabedoria
Eleita um dia, para no meu coração habitar!
Júlia Rocha 13/01/2010