Saídas
Na minha vida tudo é uma questão de perspectiva
Tangentes e saídas, questão de guarida
Deixo-me ficar sem desconforto
Deixo-me levar sem medir esforço
A ver navios ando e não desando no porto
Mas conto estrelas nuas e digo desejos pra lua
Só não degusto amargores.
Em graus abaixo de zero... Nado
No frio... alma abusada... Nada
Fito o céu e enxergo
Nas bordas d’água
Sem bolhas de sabão
Sem carretéis e sopros
Soluços soltos.
Os meus sapatos, calço
E gasto
Sola e linguagem...
Sem embaraço
Dos fatos... de fato.
A casa metade divido espaços
Sem trinca nas portas
Sem rachaduras tortas
Sem tetos solares
Sensações polares
Deito-me riacho-d’água doce
Sem desvios nas margens
Para os vértices... corro
Até encontrar o meu ponto de fuga
No teu olhar cor de âmbar.