Permanência

O que mais me assombra

O ser é esta eterna

Constante de dúvidas

Da permanência

Da existência

Do sentir

Vejo tão vastas lacunas

Preenchidas por mentiras

Silenciosas e necessárias

Mentiras... Qual placebo da vida

E anestesiados os sentidos

É preciso prosseguir

Num sopro forte de esperanças

É possível afastar pensamentos

Distantes, oscilantes, itinerante

E seguir, e seguir... Na busca

Por mais tempo

Até o fim

Este inconstante sentimento

Que beira certeza

Da impermanência

É o que nos leva a seguir

Dia a dia, passo a passo

Do nascer ao morrer

Somos guiados pelo ciclo

Do existir: assombroso destino

Tão imaginado, e presumido

E ao mesmo tempo tão

Desconhecido

Por nós

É preciso lutar e espontânea.mente

Cegar num leve piscar de olhos

O enganar voluntário da consciência

Se faz. E assim permanece seguro

O mais bem guardado segredo

Da eternidade.