O Último ato
Vago em desvios precários
desencadeando no tempo,
o silêncio como hóspede
de falas tramadas
Minha estrada segue sem volta
numa rota de exatidão
abrigando saudades
abertas em propostas,
fechadas em solidão
Estou entre paredes fechadas
e minhas asas conscientes
encontram espaços de cores presentes
iluminando janelas ausentes
Sou um ser volante
no meio da correnteza
de um delírio singular,
fazendo da dor o louvor
aos versos que a ti componho
sem nunca mais te encontrar
Conceição Bentes
11/01/10