DENÚNCIA A UM DEUS ANÔNIMO

DENÚNCIA A UM DEUS ANÔNIMO

Há sonhos que nos assustam pela realidade

Há realidades assustadoras além dos sonhos.

Serão métodos revolucionários e contraceptivos

Qualquer meio análogo de antídoto

À aspereza invisível que esmoreça

As escoriações do espírito.

Pau, madeira, alvenaria

Homens terminais no terminal

Imbecis suicidas à margem

Da linha do trem.

Não há locomotiva

Há pasmaceira

Tem uma gente coberta aos trapos

Que se cobre do sol, que dissimula

O câncer da cana-de-açucar.

Também tratado nos centros de oncologia.

Não esqueça, Senhor, do último cigarro

Antes da partida; e da quimioterapia

Que deixa ralo os cabelos,

Os olhos vermelhos

E o adeus no rosto

Por um Deus que não os vê!

Elmer Giuliano
Enviado por Elmer Giuliano em 11/01/2010
Reeditado em 11/01/2010
Código do texto: T2023608
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