O ANDARILHO ( História Real)

Andava com uma mochila

Como um andarilho sem rumo

Ficava na Rua das Flores

Pedindo esmolas para todo mundo

Dormia em terreno qualquer

Olhando o céu e as estrelas

Não tinha nada na vida

Vivia em um mundo de incertezas

Só falava em gíria

Que naquele tempo estava na moda

Lavava as poucas roupas em um chafariz

Usando nos pés imensas botas

Às vezes via Gilda dançar

Era uma festa para os estudantes

A XV parava e a aplaudia

Com uns imensos zumbidos incessantes

Ela levantava os braços

E começava a rebolar

Era uma imensa alegria

E o povo começava a delirar

Mas ele continuava em sonhos

Que sua juventude condenava

Não estava nem aí pelo amanhã

E continuava a sua jornada

Vinha subindo por uma rua

Em uma tarde chuvosa

A fome que lhe bateu era tanta

Que as tripas ficaram em polvorosa

Entrou aflito, por um portão

Só para pedir um prato de comida

Veio um prato misturado com feijão

Foi à melhor refeição da sua vida