Eu em mim
Quero as palavras de outro dia
cantadas nos risos que não esqueci,
molhar-me nas águas da chuva
sem a culpa do pecado que não cometi,
e olhar no horizonte de mim,
e descobrir-me sem fronteiras,
e abraçar o destino
que eu mesma construí.
E com o corpo vibrando, início e fim,
soltar a voz no grito que concebe a vida
em sintonia com a melodia que não escrevi,
descobrir-me nos tons, agudos e graves,
que perfazem os espaços de mim
na composição de um eu que não conheci
mas que traz as respostas
aos porquês que nunca respondi.
E então o silencio, e mais nada...
Sou a história inacabada
que os olhos cansados não leram,
e absolvida pelo tempo passado
volto ao canto da vida
que em sintonia com a chuva
lava, purifica e batiza
o destino que hoje escolhi.